Vacina cearense pode ser a mais barata entre as que estão sendo usadas no Brasil
A Universidade Estadual do Ceará (Uece), que está desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19, pediu autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar testes em humanos de uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus, que já matou mais de 435 mil pessoas no país.
As pesquisas tiveram início em abril de 2020 e o imunizante apresentou eficácia superior a 90% nas fases pré-testes, quando é aplicada em camundongos, segundo o UOL.
Batizada como 2H120 Defense, a vacina cearense tem valor estimado de R$ 0,04 por dose e a imunização completa com duas doses. Caso o custo se confirme e receba as devidas autorizações de uso, será a vacina mais barata a ser usada no Brasil, diz a reportagem. O custo por dose da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceira com a empresa chinesa SinoVac, é de US$ 3,16. Já o custo da vacina da Pfizer, produzida em parceira com a BioNTech, é de US$ 12
A 2H120 Defense utiliza um modelo de coronavírus aviário já disponível no mercado e que, enfraquecido, não causa contaminação em humanos. O vírus atenuado é o que provoca a bronquite infecciosa aviária e já foi utilizado na formulação de vacina, mas para uso em aves, não para humanos. Na fase pré-clínica, o imunizante foi testado em 60 camundongos, divididos por grupos que receberam a vacina por meio intranasal, subcutânea e oral.
Apenas depois da fase clínica é que os fabricantes ou pesquisadores podem pedir uso emergencial ou aprovação definitiva da vacina.
A UECE enviou a documentação necessária no domingo (9). Técnicos da agência e da instituição de ensino se reuniram nesta quinta-feira (13) para discutir o projeto de desenvolvimento clínico do “potencial imunizante vacinal contra SARS-Cov-2”, confirmou a Anvisa. A entidade aguarda documentos entregues de forma física para iniciar a análise
Outras vacinas
Além do projeto da UECE, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em parceria com a Farmacord e a PDS, desenvolve outra pesquisa que está em fase pré-clínica. Tem também pesquisas em andamento nas universidades federais de Minas Gerais e Rio de Janeiro – ambas em fase inicial de desenvolvimento.
Atualmente, apenas quatro imunizantes são aprovados pela Anvisa para uso no Brasil: Coronavac/Butanta/Sinovac, Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Fiocriz/Oxford e Janssen/Johnson & Johnson, esta última ainda não está incluida no Programa Nacional de Imunização (PNI).
Fonte: CUT
Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER DE CAMILO SANTANA/GOVERNADOR/CE