Tempo de estudo de jovens das classes mais altas durante a pandemia é 64% maior que o dos mais pobres

21/10/20 | Lutas no Brasil

Pesquisa da FGV aponta que os adolescentes com idades entre 16 e 17 das classes A e B anos estudam 64% mais horas do que os da camada E. “As desigualdades educacionais que estavam caindo vão voltar a subir. E esse impacto vai perdurar para depois da pandemia”, diz Marcelo Neri, um dos autores da pesquisa

Uma pesquisa elaborada pela FGV Social aponta que o estudo à distância durante a pandemia elevou o patamar da desigualdade educacional no Brasil. Segundo o levantamento, elaborado com dados do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os adolescentes com idades entre 16 e 17 das classes A e B anos estudam 64% mais horas do que os da camada E.

Segundo reportagem do jornal O Globo, os responsáveis pelo estudo, os economistas Marcelo Neri e Manuel Camillo Osorio, constataram que os alunos mais ricos passam, em média, cerca de 3h20min assistindo aulas à distância ou realizando atividades escolares. Entre os estudantes mais pobres esta média cai para 2h02min. Na classe C o tempo de estudo cai para 2h21min e, na D, 2h02min.

Entre os que possuem de 6 a 15 anos, os jovens da classe A estudaram cerca de 3h11min por dia ao longo de agosto. Este tempo caiu para 2h22min na camada C, para 2h10min na D e 2h02min na E.

Para Marcelo Neri, “a pesquisa é uma espécie de trailer de um filme de horror educacional”. “As desigualdades educacionais que estavam caindo vão voltar a subir. E esse impacto vai perdurar para depois da pandemia”, observou.

FONTE: BRASIL 247
FOTO: Secom/BA

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