Ministério da Saúde alega que esses dados podem “pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população”
O Ministério da Saúde, chefiado por Eduardo Pazuello, não autorizou a divulgação de informações sobre a quantidade de testes de Covid-19 e de medicações de seu estoque.
A pasta alega que esses dados podem “pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população” ou “oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do país”.
As informações foram requisitadas pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), via Lei de Acesso à Informação.
“Solicitei informações sobre o estoque atual de testes e insumos para a realização de testes para a Covid-19 em poder do ministério, com a descrição do produto, da empresa fornecedora, a data de validade, a localização, a data de aquisição e os valores despendidos”, afirmou o parlamentar, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Para embasar o sigilo, o ministério utilizou um documento classificado em 2018 que diz que as informações devem ter acesso restrito até 2023. As razões para classificação foram ocultadas no documento enviado pelo Ministério da Saúde.
Além do documento, o deputado também recebeu um link de acesso para um site que supostamente mostraria os contratos de compra de insumos. O link enviado, no entanto, não funciona.
Nesta quinta-feira (21), a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um de impeachment do ministro.
“Para além de negar a ciência, catalisando o genocídio de Bolsonaro, a gota d’água foi o incentivo ao uso de remédios sem comprovação no combate à Covid. Chega de escárnio e patifaria”, escreveu Ivan Valente no Twitter.
FONTE: REVISTA FÓRUM
FOTO: Marcos Corrêa/PR