Índice da FGV aponta alta acumulada de 6,30% do IPC-C1 em 2020, puxada pelo aumento dos preços dos alimentos
O aumento dos preços dos alimentos levou o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) a acumular alta de 6,30% em 2020, segundo dados divulgados nesta quinta (7) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos, as mais atingidas pelo fim do auxílio emergencial, em 31 de dezembro.
O resultado de 2020 ficou bem acima do registrado em 2019, quando a inflação sentida pela população de baixa renda acumulou alta de 4,60%. É o maior salto anual desde 2016. Em dezembro passado, a inflação da baixa renda acelerou para alta de 1,39%, ficando 0,44 ponto percentual acima do apurado em novembro, quando o índice registrou taxa de 0,95%.
Já o IPC-Br, que mede a variação de preços para famílias com renda de 1 a 33 salários mínimos mensais, variou 1,07% em dezembro. A taxa desse indicador nos últimos 12 meses ficou em 5,17% – acima dos 4,11% de 2019, mas abaixo do registrado pelo IPC-C1.
Medo do desemprego
O Índice do Medo do Desemprego, divulgado também nesta quinta pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou em 57,1 pontos em dezembro de 2020, acima da média história de 50,2 pontos. O indicador subiu 2,1 pontos na comparação com setembro do ano passado e está um ponto acima do registrado em dezembro de 2019, quando o índice marcou 56,1 pontos.
Mulheres têm um medo muito maior do que os homens de perder o emprego. O indicador do gênero feminino é de 64,2 pontos, enquanto do gênero masculino atinge 49,4 pontos.
O medo do desemprego cresceu mais entre as pessoas com educação superior. Nesse grupo, o índice passou de 50,1 pontos em setembro para 54,7 pontos em dezembro. Ainda assim, o medo é maior entre os que tem grau de instrução inferior ao ensino médio completo – 59,1 pontos no caso dos que estudaram até a quarta série do ensino fundamental.
O aumento do medo do desemprego também foi maior na periferia das capitais. Nessa região, o índice subiu de 55,9 pontos, em setembro, para 65,5 pontos em dezembro. Entre os moradores das capitais, o índice de medo do desemprego é 57,5 pontos. Nas cidades do interior, é de 55,2 pontos.
Hoje, mais de 14,2 milhões de brasileiros estão desempregados, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que 14,6% da população em idade para trabalhar está desocupada. É a segunda maior taxa para um trimestre desde o início da série histórica iniciada em 2012. Em 2021, no entanto, o índice deve piorar. É a estimativa da CNI divulgada em dezembro passado, no âmbito da edição especial do ‘Informe Conjuntural – Economia Brasileira’.
No ano passado, o número de pedidos do seguro-desemprego aumentou 1,9%, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Com uma diferença de quase 130 mil a mais do que em 2019, foram 6,784 milhões de solicitações do benefício em 2020.
As 425.691 solicitações de seguro-desemprego em dezembro representaram um recuo de 4,6% frente a novembro, quando foram feitos 446.372 pedidos. O pico de solicitações foi registrado em maio, quando o número chegou a 960.308, seguido por abril, com 748.540 solicitantes.
Em relação aos setores que mais solicitaram o benefício, o de serviço liderou, com 2,8 milhões do total de requerimentos (41%). Em seguida surgem os setores de comércio, indústria e construção. Os que menos solicitaram o seguro-desemprego foram os trabalhadores do ramo da agropecuária, com 333 mil solicitações no ano passado.
FONTE: CUT
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