No Brasil, desde o primeiro dia do Governo Bolsonaro, a educação não tem tido um dia de trégua. O avanço predatório sobre a educação pública se expressa na retirada de verbas, no cerceamento da liberdade de cátedra, na perseguição a educadoras e educadores, no desprezo à ciência. A pandemia afiou as garras privatistas do governo que, com a necessidade de aulas remotas, acende a ganância dos capitalistas selvagens que veem na educação mais um espaço para lucrar.
No Uruguai, e em praticamente toda a América Latina, os governos neoliberais, pouco democráticos e mantenedores de privilégios para os ricos, aliam-se aos privatistas e, com o apoio dos parlamentos, não menos gananciosos, expropriam a educação e seus/suas trabalhadores/as.
Nesse nosso país vizinho, o parlamento uruguaio aprovou, a partir de proposição do Governo, a Lei de Urgente Consideração – LUC, que destrói a educação pública e legitima a privatização da educação. Além disso promove o desmonte do Estado, a destruição das empresas públicas, a retirada de direitos, incluído o de organização e de greve.
As federações sindicais do magistério uruguaio, FENAPES e FUM-TEP, promovem um ato político de resistência, organizando um referendo popular para a retirada de 135 artigos da LUC. Para tanto são necessárias 750 mil assinaturas.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, e suas entidades filiadas que congregam 4 milhões de trabalhadores, expressam sua solidariedade à luta dos/as educadores/as do Uruguai e seu apoio ao referendo.
Em defesa da educação pública, dos direitos e da democracia?
Educadores/as em luta fazem educação.
Brasília, 08 de março de 2021
Direção Executiva da CNTE