Em assembleia, profissionais da educação de Fortaleza decidem não retomar as aulas presenciais

29/04/21 | Lutas no Brasil

Professores e profissionais de educação da rede municipal de Fortaleza decidiram, em assembleias virtuais realizadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), na última segunda-feira (26/04), manter o ensino remoto, apesar da publicação do Decreto Estadual que autoriza o ensino presencial para turmas até o 9º ano do Ensino Fundamental.

A categoria coloca a vacinação da população e a adequação da infraestrutura das escolas para a realidade imposta pela pandemia de Covid-19 como pré-requisitos para a reabertura das unidades de ensino. Caso a Prefeitura de Fortaleza exija o retorno da educação presencial, a categoria fará a “greve pela vida”, previamente autorizada pelo encontro dos trabalhadores.

De acordo com Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindiute, a avaliação da classe é de que não há condições para a retomada segura do ensino na sede das instituições de ensino, assim como a crise de saúde está completamente descontrolada no país, com hospitais lotados e um grande número de mortes.

“A escola é local de aglomeração e todas as avaliações científicas evidenciam que o Brasil não criou condições para reabrir as salas de aulas. Vejam o caso de São Paulo, onde a tentativa de reabertura causou de uma só vez mais de 150 mortes de educadores. Por isso, não exageramos quando dizemos que escola sem vacina é chacina”, destaca a dirigente.

Garantia do Direito à Educação

Para o Sindiute, enquanto as escolas não são reabertas, a Prefeitura, demais gestores públicos e parlamentares precisam garantir o acesso à educação dos estudantes e as condições necessárias para os educadores atuarem com qualidade na educação à distância.

“Nós somos os que mais querem o retorno do ensino presencial, mas ainda não é seguro. Enquanto isso não acontece, precisamos de tablets para todos os alunos e não só para uma pequena parte, precisamos de chips com internet para todos, os professores também não podem mais pagar do próprio bolso por equipamentos. A educação será garantida se o Estado agir, ao invés de colocar em risco a vida de todos nós. Governador Camilo Santana, revogue o decreto!”, finaliza Ana Cristina Guilherme.

Decisões da assembleia:

• Não ao retorno das atividades presenciais (nenhuma atividade presencial nas escolas) agora;
• Manutenção do trabalho com o ensino remoto;
• Retorno somente com vacinação e garantia das autoridades da Saúde, com base em rígidos protocolos de segurança;
• Instalação de Greve pela vida, caso sejam obrigados a retornarem.

Mais informações e agendamento de entrevistas:

Rafael Mesquita – (85)
98867-5620

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