O Confraria de Leituras transforma a vida de uma centena de crianças por meio do contato com os livros.
Uma vez por semana, em uma sala da escola municipal Demócrito Dummar, em Fortaleza, as crianças se reúnem em uma roda de leitura, escutam histórias e debatem sobre livros.
Cada uma delas também conta uma história, sobre um livro que leu ou sobre como foi seu dia. Elas ganham vós e aprendem a se expressar. Aos poucos, veem sua vida tomando novos rumos, e percebem que podem escrever sua própria história.
“Os alunos têm muita dificuldade de leitura e com o tempo, eles vão melhorando. A leitura melhora também a convivência, a capacidade de se expressar, de conversar com os amigos”, afirma João Teles.
João é cearense formado em história. Cordelista, poeta e professor de escola municipal, ele não se contentou em guardar o amor pelos livros para si e, há 20 anos, criou o Confraria de Leitura, projeto que leva a literatura nordestina para a vida de crianças de escola pública.
Nascido em Maracanaú, o clube de leitura veio com João para Fortaleza quando o professor passou a trabalhar na capital cearense. Ele explica que teve a iniciativa por perceber uma carência na população.
“Por conta da extrema dificuldade que essa gente tem”, diz. “Onde eles moram não tem biblioteca, eles não têm contato com a leitura”.
O Nordeste é tema principal nos encontros. “A literatura de cordel e a cultura nordestina permeiam o trabalho do grupo desde o início. Vez por outra o tema é abordado através de livros, vídeos, músicas, encenações”, destaca o professor. Autores como Rouxinol do Rinaré e Socorro Acioli já fazem parte do imaginário desses crianças.
Cerca de 100 meninos e meninas, entre 8 e 12 anos de idade, são atendidos pelo projeto. Eles ganham intimidade com literatura de cordel, rádio-escola, teatro, jornais e revistas.
Fonte: Tribuna do Ceará
Foto: Reprodução