Dieese rebate argumento de ministro Paulo Guedes sobre reforma da Previdência

06/06/19 | Lutas no Brasil

Na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara, ministro comparou situação do país a de “uma baleia ferida”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a “reforma” da Previdência, nesta terça-feira (4), como uma medida para equilibrar as contas públicas. Em debate na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados, em que foi convocado para explicar os impactos econômicos e financeiros da proposta, o chefe da pasta comparou a situação do país a uma “baleia ferida, arpoada várias vezes, que foi sangrando e parou de se mover”.

O argumento reitera a visão do governo de que, gastando menos com a Previdência e a seguridade social, o Estado teria mais recurso para fazer investimentos, criando ainda confiança no mercado quando, na verdade, o que está sendo promovido é um corte que retira direitos, reduz benefícios e afasta o trabalhador do acesso à aposentadoria, como observa o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

“Vamos equilibrar as contas fazendo cortes no benefício social. É como se uma família fizesse o equilíbrio do orçamento cortando alimentos, a escola dos filhos, ou o plano de saúde sem dar assistência. É isso que o governo está fazendo”, afirma o diretor técnico em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. Ao contrário do que defende a equipe econômica, Clemente propõe que a reorganização do orçamento da União ocorra por meio de uma reforma Tributária, que seja mais justa no sentido de combater privilégios, e garanta o papel social e na distribuição de renda que são feitos pela Previdência.

“Esse corte tirará a capacidade de consumo das famílias que recebem os benefícios da Previdência. A reforma tem também um impacto regional porque esse corte afeta mais os trabalhadores de baixa renda do Norte e Nordeste. Creio que o resultado que (o ministro) espera, ele não vai encontrar. Se ele fez a comparação da baleia, talvez o governo esteja dando mais um tiro nela, comprometendo ainda mais a própria dinâmica da economia brasileira”, finaliza Clemente.

FONTE: CUT
FOTO: REPRODUÇÃO

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