Vacina sem assédio: não à assinatura de declaração que condiciona vacina ao retorno às aulas presenciais

31/05/21 | Destaque 2, Lutas em Fortaleza

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) repudia com veemência a exigência, durante a vacinação de trabalhadores da educação do Ceará contra a Covid-19, de declaração que obriga os profissionais a comprometerem-se com o retorno das atividades presenciais nas escolas no segundo semestre deste ano.

Estar vacinado é, antes de tudo, um direito. Por isso, o Sindicato considera a medida um verdadeiro assédio, tendo em vista que é totalmente abusiva, autoritária e se configura como um mecanismo de chantagem com os trabalhadores que há meses anseiam receber a imunização. O Sindiute alerta ainda que a própria exigência de um termo como este não ocorreu com nenhum outro grupo prioritário e exige que o Governo do Estado do Ceará revogue, imediatamente, a necessidade deste documento.

Os professores e demais profissionais da educação do Ceará não podem ter a vacinação condicionada ao retorno às atividades nas sedes das unidades de ensino, pois este processo só pode ocorrer quando houver o atendimento de protocolos sanitários eficientes, infraestrutura adequada e EPIs em todas as escolas. É necessário, antes de tudo, garantir a segurança e a saúde de trabalhadores e estudantes. Ao mesmo tempo, é preciso que a pandemia esteja, de alguma forma, sob controle, e que haja a devida imunização de toda a população.

É inadmissível que o Governador Camilo Santana, que até este momento teve posicionamentos ponderados, permita que a sua administração implemente tamanho equívoco. Não é razoável que uma canetada da administração estadual, sem diálogo com profissionais, famílias, sindicatos e outras representações institucionais, aplique este constrangimento injustificável.

A imposição desta declaração causou um conflito desnecessário e, de forma muito cruel, acaba por relegar aos trabalhadores a responsabilidade sobre o retorno, além de, como efeito colateral, poder vir a desestimular a imunização da classe.

Exigimos unicamente respeito aos professores e demais trabalhadores da educação de Fortaleza e do Ceará, grupo que não tem medido esforços para a garantia do direito à educação de crianças, adolescentes e jovens.

Portanto, não é hora de criar confusão. É preciso que as autoridades estaduais reúnam forças para o avanço na vacinação. O mais importante agora é superar a política de morte implantada em nível Federal.

É hora dos nossos gestores agirem como democratas, como atores que respeitam a educação. O poder público estadual não pode ceder ao despotismo empresarial. A decisão do retorno às aulas presenciais deve ser fruto de diálogo, de debate baseado na ciência e não de coação.

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