O tempo é o senhor da verdade.
No início de janeiro de 2025, o secretário municipal de Educação de Fortaleza, Idilvan Alencar, afirmou que os indicadores educacionais da capital “nunca foram bons” e que buscaria ajuda do Ministério da Educação (MEC) para reverter esse quadro. Desde aquele momento, o Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), entidade que representa mais de 20 mil professores e trabalhadores da educação da rede municipal de Fortaleza, filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT-CE), advertia o secretário sobre a leviandade de sua declaração.
As palavras de Idilvan Alencar foram desrespeitosas e descoladas da realidade, desconsiderando anos de avanços construídos com o esforço diário dos educadores da rede municipal. Agora, semanas depois, o próprio MEC desmentiu o secretário, ao conceder a Fortaleza a certificação máxima do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização (Selo Alfabetização) na categoria Ouro, reconhecendo a cidade como a capital com melhor desempenho do país na alfabetização na idade certa.
Os números reforçam o que o Sindiute já havia apontado: a rede municipal de Fortaleza tem avançado expressivamente, graças ao trabalho árduo dos professores e demais trabalhadores da educação. De acordo com o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) 2023, 93,9% dos estudantes do 2º ano da rede municipal foram alfabetizados na idade certa, um crescimento notável desde 2012, quando esse índice era de 53,8%.
Embora o Sindiute mantenha sua crítica aos métodos tecnicistas de avaliação, não há dúvidas de que os resultados da educação pública municipal são sólidos e refletem a dedicação dos educadores. A declaração do secretário, além de equivocada, revelou sua falta de conhecimento sobre a rede que passou a administrar.
A educação pública de Fortaleza não precisa de gestões que minimizem conquistas, mas de um gestor atento, que compreenda as dificuldades do chão da escola e lute por infraestrutura adequada, materiais pedagógicos suficientes, merenda de qualidade, valorização dos profissionais da educação e condições dignas de trabalho para os servidores.
A educação pública não pode ser reduzida a discursos infundados. Ela precisa ser respeitada, defendida e fortalecida. O Sindiute exige que o secretário Idilvan Alencar reconheça os erros de sua fala e garanta as condições de trabalho para que o
processo de ensino-aprendizagem continue avançando.
Fortaleza, 14 de fevereiro de 2025