GOVERNADOR CAMILO, MATE E PAGUE PELAS VIDAS PERDIDAS!
É com uma pesar e repúdio que o SINDIUTE recebe a decisão do senhor governador do Estado do Ceará no que se refere ao retorno das aulas presenciais nas escolas gerenciadas pela gestão aqui citada. Em qualquer esfera de compreensão e de responsabilidade de condução governamental, é inadmissível que um chefe do Executivo Estadual transfira para as unidades escolares, bem como para os seus trabalhadores, a responsabilidade de optar ou não pela vida. Sim, é do que estamos tratando e o SINDIUTE chama a atenção. A lógica, senhor governador, é a de que o Poder Público utilize suas estruturas públicas para proteger a população de quaisquer ataques que coloquem em risco as suas vidas. E o que o governo do Estado faz em um momento de extrema precaução? Transfere às unidades escolares o poder de decisão se retornam às atividades presenciais ou não, como se fossem capacitadas para tal decisão. Como se mantivessem em seus quadros coorporativos profissionais capacitados para tal decisão, embasados em estudos e constatações científicas que os resguardassem da proteção à vida e à manutenção do ensino em período de alta frequência de contágio no Estado do Ceará.
Senhor governador, qualquer abertura precipitada ao funcionamento de atividades e ambientes que promovam a aglomeração de pessoas possibilitará o aumento de infectados e de óbitos. Já possuímos muitos exemplos em todo o mundo de aberturas precipitadas para contornar a questão econômica, e o resultado foi à volta de nova onda de incidência da COVID-19. Nos causa espanto, senhor governador, é que a pressa do ato de Vossa Excelência
poderá expor estudantes, professores, profissionais da educação e as famílias a risco. Desconhecemos a ordem protocolar pelo meio científico para atestar confiabilidade e a segurança de uma medicação que embase tal decisão.
Governador, Vossa Excelência tem meios e acesso a estudos que atestam que o Estado do Ceará não possui a compreensão da epidemia, o modo como se manifesta a doença e não temos, até o presente, a capacidade de responder de maneira eficaz e com vacina a solução para esse verdadeiro extermínio da humanidade.
O SINDIUTE tem plena consciência do valor relativo das questões econômicas que envolvem a educação pública em atividade remota, mas ressalta seu posicionamento no sentido de que Vossa Excelência rompa com o protocolo do Ministério da Saúde, através da compra de lotes adicionais da vacina, através de convênios e parcerias, e imunize os trabalhadores em educação, dando o verdadeiro exemplo de que a Educação Pública é, de fato, prioridade para essa gestão governamental. Fuja da lógica negacionista até aqui colocada, que eleva a Educação Pública ao grau de prioridade, mas discerne na prática, uma vez que estabelece a vacinação para esse setor no quarto grau prioritário. Seu governo pode e deve se distanciar dessa postura mercadológica, pelo menos no que se refere ao setor educacional. Estamos tratando de ambientes de aglomeração, contatos físicos, sem a devida estrutura, Excelência.
Com base nos argumentos aqui colocados, senhor governador, o SINDIUTE não economizará esforços para provar a Vossa Excelência a irresponsabilidade do seu ato, com o pesar de cada vida perdida será atribuída a essa gestão de governo.
Fortaleza, 06 de fevereiro de 2021.
SINDIUTE
