GREVE GERAL: Sindiute retoma bandeira nacional e luta contra a Reforma Administrativa

14/09/21 | Destaque 1, Lutas no Brasil, Notícias

O dia acordou mais verde, amarelo e azul em Fortaleza. Não era o sol, nem o céu, mas as cores da bandeira do Brasil que estampavam a camiseta do Sindiute, distribuída a quem compareceu ao ato da greve geral contra a Reforma Administrativa, que aconteceu nesta terça-feira (15), a partir das 8h da manhã, com concentração na Praça da Imprensa.

Os próximos dias serão decisivos na luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, do governo de Jair Bolsonaro. A CUT e entidades representativas de servidores públicos municipais, estaduais e federais fizeram mobilizações em todo o país. Caso a proposta da Reforma Administrativa, que está sendo analisada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados desde ontem (14), até o dia 16 de setembro, for aprovada, quem perde é o Brasil. Os prejuízos ao serviço público prestado à população e aos servidores públicos é enorme.

Por isso, a pressão de todos neste momento é muito importante. O Ceará conta com 22 deputados federais que podem votar a favor do povo, mas nem todos pensam assim. Destes, seis são a favor da PEC 32 e cinco estão indecisos quanto ao voto. A cobrança da população por uma postura a favor do Brasil, da educação pública e gratuita e contra a corrupção pode mudar essa realidade.

AUDIÊNCIA COM A SME

Outro ponto defendido pelo Sindiute na paralisação é a pauta dos professores readaptados. A Prefeitura quer regulamentar os professores que por muitos motivos de saúde tiveram que sair da sala de aula. Mas na visão do Sindicato não há vantagens. Os professores serão readaptados no cargo de técnico, e todos perderão a aposentadoria especial. Uma enorme perda para a categoria.

O maior problema está nos professores que ingressaram no nível médio. A proposta do prefeito Sarto é readaptá-los ao cargo de agente, o que torna os prejuízos incalculáveis. Além de perder a aposentadoria especial, os professores terão salários e direitos reduzidos.

Ao final da manifestação, a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme, participou de audiência com a secretária municipal de Educação, Dalila Saldanha de Freitas. A representante do Sindicato enfatizou, durante a reunião, que o Sindiute fará de tudo para assegurar os direitos dos professores, mesmo em caso de nova lei para estabelecer os parâmetros de readaptação.

A secretária de educação assumiu o compromisso de só enviar a minuta de lei sobre a readaptação para a Câmara Municipal quando houver a mediação sobre o assunto entre a área Jurídica do Sindiute e a Procuradoria-Geral do Município.

Enquanto acontecia a reunião dentro do prédio da Secretaria Municipal de educação (SME), diversos manifestantes esperavam na porta, com faixas, bandeiras e cartazes na mão , e gritavam palavras de ordem como “Nenhum direito a menos” e “Sarto, respeite os professores readequados”.

GRITO GERAL CONTRA O GOVERNO FEDERAL

Além da posição contra a Reforma Administrativa e a pauta dos readaptados, o Sindiute, a CUT-Ceará e outras entidades sindicais presentes na greve desta terça se posicionaram contra o atual governo do presidente Jair Bolsonaro e sua política econômica: mais de 14 milhões de desempregados, inflação descontrolada, descaso com a saúde e a educação pública, descrédito da ciência e o preço abusivo de itens básicos de sobrevivência como o da comida, do gás, da energia e da gasolina.

 

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