Como lembra o economista Ladislau Dowbor, mais de 64 milhões de adultos estão endividados até o ponto de não poderem mais pagar suas dívidas.
Enquanto o país afunda, mergulhado na recessão e com 64 milhões de pessoas “negativadas”, o Bradesco comemora lucro de R$ 19,085 bilhões obtido em 2018. Um crescimento de 30% em relação a 2017, quando atingiu R$ 14,659 bilhões. Apenas no último trimestre de 2018, conforme mostra relatório abaixo, a empresa obteve lucro líquido recorrente de R$ 5,8 bilhões, 19,9% a mais em comparação ao mesmo período em 2017.
Como lembra Ladislau Dowbor, economista e autor de A Era do Capital Improdutivo, “mais de 64 milhões de adultos estão endividados até o ponto de não poderem mais pagar suas dívidas. São adultos, acrescentem as famílias, estamos falando da massa da população brasileira”.
Em A Burrice no Poder, Dowbor destaca que “nossa Constituição é clara: o sistema financeiro nacional [será] estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade´. Hoje, porém, o SFN (Sistema Financeiro Nacional) serve essencialmente para alimentar improdutivos, sejam eles banqueiros, grupos nacionais ou internacionais. Grande parte dos nossos impostos são desviados para os cofres dos bancos e para os rentistas que participam da festa, essencialmente os mais afortunados. Os banqueiros manejam o Estado, drenam seus recursos e ainda dizem que “a culpa é do Estado, dos impostos elevados, e dos ´gastos´ com os mais pobres”.
E complementa: “O absurdo de tudo isso? É que seria incomparavelmente mais produtivo para todos, inclusive para os bancos, fomentarem a economia em vez de drená-la. A China tem esse ritmo de desenvolvimento porque canaliza os recursos financeiros ´de forma a promover o desenvolvimento´. No nosso caso, trata-se de visões de curto prazo, mesquinhas, satisfazendo quem olha a sua conta bancária ou seu dinheiro no exterior engordar, e esquece que gerar o caos e travar o desenvolvimento não resolve o futuro de ninguém”.
Ele também destaca que “entre o engenheiro da Samarco que sugere o reforço na barragem em Mariana (MG) e a exigência de rentabilidade da Billiton, da Vale, da Valepar e do Bradesco, a relação de forças é radicalmente desigual”.
Confira abaixo o relatório sobre os lucros do Bradesco, encaminhado a seus investidores, e clique aqui para compreender como o sistema financeiro vem impedindo o crescimento e drenando a capacidade de desenvolvimento do Brasil.
Bradesco – Resultados no 4º Trimestre de 2018
SÃO PAULO, 31 de janeiro de 2019 – /PRNewswire/ — Apresentamos os principais números obtidos pelo Bradesco:
1. O Lucro Líquido Recorrente no 4º trimestre foi de R$5,8 bilhões, aumento de 6,6% em relação ao trimestre anterior e 19,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, correspondendo a R$3,22 por ação com rentabilidade no trimestre sobre o Patrimônio Líquido de 19,7%.
2. O Resultado Operacional no 4º trimestre foi de R$8,6 bilhões, aumento de 2,1% em relação ao trimestre anterior e 32,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
3. O Lucro Líquido da Bradesco Seguros no 4º trimestre foi de R$1,8 bilhão, aumento de 21,9% em relação ao trimestre anterior e 26,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Índice de Sinistralidade atingiu 70,4% uma melhora de 2p.p. com relação ao trimestre anterior e o Índice Combinado atingiu 80,8% uma melhora de 3,3p.p. com relação ao trimestre anterior.
4. Os Ativos Totais, em dezembro de 2018, registraram saldo de R$1,386 trilhão, crescimento de 2,2% em relação ao saldo do trimestre anterior. O retorno anualizado sobre os Ativos Médios foi de 1,6%.
5. A Carteira de Crédito Expandida em dezembro de 2018 atingiu R$ 531,6 bilhões, crescimento de 1,6% em relação ao trimestre anterior e 7,8% com relação ao mesmo período no ano anterior.
6. A Margem Financeira Total foi de R$16,8 bilhões, crescimento de 6,6% em relação ao trimestre anterior e 6,1% com relação ao mesmo período no ano anterior.
7. A inadimplência acima de 90 dias no 4º trimestre foi de 3,5%, uma melhora de 0,1 p.p. com relação ao trimestre anterior e 1,2 p.p. com relação ao mesmo período no ano anterior, permitindo redução relevante de 31,8% nas Despesas com Provisão para Perdas de Crédito comparando-se com o mesmo período do ano anterior.
8. As Receitas de Prestação de Serviços foram 3,9% maiores que no trimestre anterior e 4,0% maiores quando comparadas com o 4º trimestre de 2017.
9. Os Recursos Captados e Administrados somaram R$ 2,139 trilhões, um crescimento de 2,4% em relação ao trimestre anterior e 7,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
10. O Patrimônio Líquido, em dezembro de 2018, somou R$ 121,121 bilhões, um crescimento de 4,7% em relação ao trimestre anterior e 9.7% em relação a dezembro de 2017.
11. O Índice de Basiléia Nível I em dezembro 2018 foi de 13,7% um aumento de 1,5p.p. em relação ao trimestre anterior.
A Apresentação da Teleconferência, a Análise Gerencial dos Resultados assim como as Demonstrações Contábeis completas estão disponíveis no Site de Relações com Investidores – bradesco.com.br/ri.
FONTE Banco Bradesco S.A.
Fonte: Carta Maior
Foto: Reprodução