Em assembleia virtual do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), realizada na manhã desta sexta-feira (28/01), os profissionais da educação da capital deliberam pela realização de um calendário de paralisação, que se inicia na próxima segunda-feira (31/01). Com isso, o ano letivo em Fortaleza não inicia conforme previsto pela Secretaria de Educação.
Os mais de 2500 trabalhadores que participaram do evento nas plataformas digitais decidiram não iniciar, neste momento, a greve anteriormente prevista, tendo em vista a conquista do reajuste de 33,23% para o magistério. O aumento foi confirmado ontem (27/01) pela Prefeitura de Fortaleza, após forte pressão da classe, que contou com intensa mobilização e campanha publicitária na TV e nas redes sociais.
“A nossa pressão fez com que o município de Fortaleza fosse a primeira capital a anunciar que vai cumprir a Le do Piso. A gente considera muito importante, nós que conquistamos a Lei do Piso e o aumento de investimentos do Fundeb, que pela primeira vez tem um crescimento real”, destaca Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindiute.
O objetivo das paralisações é continuar a pressionar a gestão José Sarto (PDT), para que abra negociação com o sindicato e atenda toda a pauta de reivindicações da categoria, que inclui:
- Concurso público para todos os cargos da educação;
- Subvinculação e rateio do precatório de 2015 do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef);
- Abono para a contribuição previdenciária de 14% dos aposentados.
Os servidores também destacaram a necessidade de conhecer o projeto de lei do reajuste do magistério, tendo em vista confirmar, por exemplo, se ele atenderá inativos e assistentes em educação e a retroatividade à 1º de janeiro de 2022. Educadores cobram ainda que a elevação salarial não seja parcelada, que passe a vigorar na próxima folha de pagamento e que tenha efeito retroativo à 1º de janeiro de 2022.
Agenda de Lutas:
A agenda de lutas e paralisações aprovada na assembleia, inclui:
31/01: Reuniões setoriais virtuais das escolas com profissionais e famílias de alunos para a mobilização das atividades, que serão organizadas nos grupos de Whatsapp da classe;
01/02, às 8h: Ato presencial na Câmara Municipal de Fortaleza, para conhecer a mensagem do prefeito de reajuste salarial e pedir urgência na aprovação do benefício;
02/02, às 8h: Ato presencial no Paço Municipal, para pressionar o Governo Sarto a atender toda a pauta de luta;
03/02, às 9h: Nova assembleia geral virtual para avaliar o movimento e a possibilidade de greve, caso a prefeitura não abra as negociações.
De acordo com a presidenta do Sindiute, é preciso garantir a continuidade do movimento e a negociação com a gestão. “Fortaleza tem mais de 40% de sua rede formada por professores substitutos, é preciso urgentemente o concurso, assim como precisamos garantir a sobrevivência dos aposentados com o abono da taxa de aposentadoria”, destaca a presidenta do sindicato.
Além disso, na avaliação da entidade, não dividir, pelo menos 60% dos recursos do precatório de 2015 entre os professores, é calote. “É paralisação para vencer os retrocessos que estão nos atingido e juntos somos mais fortes”, conclui Ana Cristina.