Afirmação é da secretária de formação da CUT, Rosane Bertotti, que participa das atividades do Acampamento Lula Livre nesta sexta-feira (20)
Há 13 dias, desde que o ex-presidente Lula decidiu cumprir a ordem judicial e vem sendo mantido preso político, na sede da Superintendência da sede da Polícia Federal, em Curitiba, milhares de pessoas de todo o Brasil e de outros países já visitaram o acampamento para apoiar Lula, prestar solidariedade, ajudar nas tarefas do Acampamento Lula Livre ou participar de atividades culturais e políticas.
Os debates que envolvem juristas, trabalhadores e trabalhadoras, sociólogos, ex-ministros, parlamentares e uma série de pessoas que passam pela vigília permanente pela liberdade de Lula, instalada desde 7 de abril nas proximidades da sede da Polícia Federal.
O local, segundo a secretária de formação da CUT, Rosane Bertotti, se transformou em um espaço de formação.
“Se olharmos ao redor temos aqui o espaço da saúde alternativa a partir do conhecimento milenar. Temos a barraca da comunicação, que tem o papel de levar a informação para os militantes, para o Brasil e o mundo, e também o de formar as pessoas. Temos a barraca de alimentação, da cozinha, isso significa um processo de organização e um processo de formação”, avalia Rosane.
De acordo com ela, a intensa movimentação no acampamento e na vigília que, segundo os organizadores, fazem mais de duas mil pessoas passarem em frente ao prédio da Polícia Federal é resultado das políticas públicas de Lula.
“Muitos de nós, que estamos aqui, passamos por Lula em algum momento de nossas vidas. Outros nunca chegaram nem perto dele. Mas a politica que ele desenvolveu chegou para todos os brasileiros, na educação, no Programa Minha Casa, Minha Vida, nas políticas da agricultura familiar, na forma de garantir um prato de feijão na sua mesa. Essas pessoas se sentem Lula. Essas políticas mudaram a vida dessas pessoas. Assim a formação vai permeando mentes e corações”, completa a secretária.
Na opinião da secretária, esse é o motivo que faz as pessoas abandonarem o conforto do seu lar, sua família e afazeres para apoiar Lula. “As pessoas fazem isso porque sabem que sem Lula nós vamos perder muito mais. Vamos continuar nessa derrocada que o Brasil começou desde o golpe, que destituiu Dilma e perdemos direitos trabalhistas, sociais e o desenvolvimento”, analisa.
Rosane Bertotti citou como exemplo, mais atual, o embargo sofrido pelo Brasil nas exportações de frango. “Isso é falta de uma política altiva, quando nós tínhamos negociação internacional. Agora não tiveram a capacidade de negociar um produto tão importante para o desenvolvimento desta região e do País. É muito simples o ministro Maggi dizer ‘ah, vamos denunciar na OMC’. Pode até ser interessante. Mas isso é resultado de uma não política de desenvolvimento do Brasil. Isso é resultado de uma não política que fortaleça a indústria brasileira, que não pensa nos agricultores familiares nesse processo de integração”, criticou.
A agricultura familiar, inclusive, da qual Rosane Bertotti faz parte é uma das categorias que marca presença constantemente na Vigília Lula Livre. “Eles [agricultores familiares] estão aqui para segurar a mobilização, com a produção de alimentos, trazendo seu jeito de viver. Agricultura familiar é mais que um modo de produção, é também um jeito de viver, de lutar e de encantar que vem para cá para o espaço da Vigília Lula Livre”, concluiu.
Fonte: CUT
Foto: GIBRAN MENDES