Trabalhadores e estudantes se mobilizam pela vida, educação pública e ‘Fora Bolsonaro’

18/09/20 | Lutas no Brasil

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) deu início nesta segunda-feira (14) à Semana Freireana de Lutas pela Vida e pela Educação Pública. Uma iniciativa para promover o mês das jornadas latino-americanas em defesa do ensino gratuito, laico e emancipatório. E que também homenageia o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que completaria 100 anos em 2021.

O primeiro dia da agenda do evento foi marcado por uma intervenção artística em frente ao Ministério da Educação. Trabalhadores firmaram a letra “i” e levantaram placas com adjetivos ao MEC escritos com a inicial: incompetente, insensível, irresponsável e indiferente. Nas redes sociais, ocorreu, simultaneamente, tuítaço coma #MECincompetente.

A campanha levanta críticas à retomada das aulas presenciais no atual estágio da pandemia e sem qualquer articulação de um plano que prevenção ao contágio por parte do ministério. Assim como denuncia a redução dos investimentos na educação, apontando que a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em janeiro do ano que vem vai agravar ainda mais uma série de desigualdades na educação. A Semana Freiriana segue até sábado (19) com previsão de novas mobilizações e debates virtuais.

Dia Nacional de Mobilização pela Educação
Para hoje, às 18h, a CNTE realiza em suas redes sociais uma live sobre os “Pensamentos de Paulo Freire no enfrentamento educacional no contexto da pandemia”. Na quinta (17), às 18h, em ato virtual, os trabalhadores da educação se somam a frentes parlamentares e aos movimentos estudantis para lançar um manifesto conjunto em defesa de um orçamento justo para as universidades públicas e federais – muitas delas atualmente na linha de frente da pesquisa contra a covid-19.

Após a repercussão negativa de que o orçamento da Educação seria menor do que o da Defesa, o governo de Jair Bolsonaro recuou e agora prevê um repasse para 2021 de R$ 144,5 bilhões ao setor – R$ 2 bilhões a mais do que o orçamento deste ano. Mas, apesar do aumento, o MEC planeja cortar quase R$ 1 bilhão do total de recursos que seriam destinados às instituições de ensino superior.

“O que acreditamos ser o mais próximo do ideal para a educação, eles querem cortar. Mas também porque são anti-vacinas, anti-ciência, anti-pesquisa, por exemplo”, contesta a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, em entrevista ao Seu Jornal, da TVT.

De acordo com o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, o ato nesta quinta marcará também a oposição aos interventores que o governo Bolsonaro está nomeando em universidades e institutos de educação federais.

A UNE e a Ubes articulam ainda, para a próxima quarta-feira (23), o Dia Nacional de Mobilização pela Educação. Em atos virtuais e presenciais, os estudantes irão ampliar o movimento “Fora Bolsonaro” e denunciar a destruição que o atual governo promove em diferentes setores do ensino.

FONTE: CNTE
FOTO: REPRODUÇÃO

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