MOÇÃO DE REPÚDIO A PRESSÃO AOS PROFESSORES NO DISTRITO DE EDUCAÇÃO V

25/06/20 | Lutas no Brasil

O SINDICATO UNIÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE FORTALEZA, entidade representativa dos profissionais do setor público da educação básica MUNICIPAL, FILIADO à CUT/CNTE   , REPUDIA a pressão sobre a comunidade escolar, professores e alunos, exercida segundo algumas gestões e coordenação escolar, orientada pelo Distrito de Educação V, na cobrança de frequência diária de alunos, busca permanente de alunos por telefone, avaliações bimestrais, notas e em algumas escolas registros, fotos de reuniões de professores e alunos.

É pouco tempo de adaptação para que o ensino remoto se torne algo tranquilo. Além disso, não houve oferta de treinamento e apoio SME distritos e redes de ensino aos professores:  não tiveram qualquer suporte ou capacitação durante o isolamento social para ensinar fora do ambiente físico da escola. Assim, os professores se sentem inseguros para atribuir notas e frequência, pois muitos alunos com o retorno dos pais ao trabalho, a frequência tem caído, o que causa sofrimento nos alunos, que não estão conseguindo participar de todas as atividades, por falta do celular dos pais em casa.

Segundo os professores do distrito V, a pressão diária que ele exerce nas escolas,      para que cobrem dos professores e estes pressionem os alunos, desconsidera que a comunidade escolar, não recebeu nenhum suporte emocional neste momento tão difícil, de luto social e incerto. Assim como, todas as pessoas, os profissionais da educação também estão passando por todas as incertezas e ansiedades provocadas pela pandemia, muitos estão se reestabelecendo de perdas, vivendo o sofrimento e luto, de parentes e conhecidos e companheiros se trabalho. Além da rotina do trabalho remoto escolar, eles precisam gerenciar a própria casa e cuidar dos filhos, numa categoria expressivamente de mulheres.

Repudiamos e exigimos reconhecimento e respeito. Nos professores estamos nos emprenhando de forma extraordinária para vencer os desafios. Estamos trabalhando com dedicação, pesquisando, elaborando novas estratégias tudo com os nossos recursos, telefones, computadores e pagando internet. Estamos empenhando em garantir muito mais que uma intervenção didática pedagoga, mais uma intervenção humana, nessa dramática conjuntura, de milhares de pessoas doentes, outras preocupadas em contrair a doença, muitas famílias desempregadas, com contratos de trabalho suspensos, tanto de alunos, como dos trabalhadores.

Não vamos pressionar os alunos e as famílias, como estamos sendo pressionados. Não vamos nesse momento que nos dedicamos e estabelecemos vínculos com alunos, com as famílias, sobressaltar o aspecto excludente, desse paliativo remoto de ensino. Não suportamos mais tanta pressão, onde além de tudo que já relatamos, ainda temos que se preocupar com nossas contas, pois o Prefeito de Fortaleza, confiscou sem aviso prévio e sem nenhum respeito as nossas férias coletivas e a antecipação do decimo terceiro, que há mais de duas décadas, recebíamos nesse período. Não há respeito e valorização com essa política de ataques. Não estamos suportando. Chega!

O SINDIUTE reivindica:

  • Que sejam tomadas providencias que possam cessar qualquer tipo de pressão em professores e alunos, com a publicação das orientações por escrito, sindicância e providencias imediatas aos que não se alinham com as diretrizes, pressionando a comunidade escolar com avaliações e notas;
  • Que sejam imediatamente suspensas as cobranças em relação a frequência e avaliações e notas durante o isolamento;
  • Que as formalidades do ano letivo, tanto a frequência como as avaliações sejam estruturadas no retorno as atividades presencias, garantindo amplo processo de recuperação aos alunos excluídos da intervenção remota;
  • Que a PMF/SME assegure aparato psicossocial para cuidar da comunidade escolar;
  • Que os direitos como férias e antecipação do decimo terceiro, seja assegurado aos trabalhadores em educação;

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