Investigado por fraude, deputado do DEM será o futuro ministro da Saúde

21/11/18 | Lutas no Brasil

Ficha suja, Mandetta é alvo de uma investigação pela Procuradoria Geral da República (PGR) por uma suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na tarde desta terça-feira (20), pelo Twitter, que Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) ocupará o Ministério da Saúde a partir de 1º de janeiro. Deputado federal em segundo mandato, o médico ortopedista Mandetta não se candidatou a uma nova reeleição em 2018. Ele é o terceiro filiado ao Democratas a ser nomeado para o ministério de Bolsonaro, somando-se ao futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS).

O anúncio foi feito após reunião de Bolsonaro e Mandetta no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde está operando o gabinete de transição, no início da tarde. O presidente eleito indicou que a Saúde continuará operando dentro da lógica do ajuste fiscal ao afirmar, de acordo com a Agência Brasil, que Mandetta terá que facilitar a vida das pessoas “com pouco dinheiro em caixa”. O futuro ministro evitou a imprensa.

De acordo com o G1, Mandetta é alvo de uma investigação proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR) por uma suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 na aquisição e instalação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa) no período em que foi secretário municipal da Saúde de Campo Grande, cargo que ocupou entre 2005 e 2010 na gestão de Nelson Trad Filho (MDB).

Implementado com recursos federais e municipais da prefeitura local, o Gisa custou aproximadamente R$ 10 milhões. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) indicou prejuízo na casa dos R$ 6 milhões em razão de pagamentos feitos por serviços não prestados. Em janeiro de 2015, o Ministério da Saúde anunciou o rompimento do convênio com a prefeitura e passou a cobrar a devolução de recursos liberados para o Gisa. Segundo o G1, Mandetta negou ter cometido irregularidades no processo e teria explicado a situação a Bolsonaro durante a reunião.

Ele é o 10º nome anunciado para o futuro ministério.

(*) Com informações do G1 e da Agência Brasil 

Fonte: CUT
Foto: CÂMARA DOS DEPUTADOS

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