FORTALEZA – 20 mil manifestantes dizem NÃO ao Golpe e marcham em defesa da democracia

21/08/15 | Lutas no Brasil

Direitos, liberdade e democracia foram as bandeiras levantadas na manifestação cearense, que levou milhares de pessoas às ruas do Centro e se encerrou na Praça do Ferreira, nesta quinta-feira (20/8)

As ruas do Centro de Fortaleza ficaram mais bonitas na tarde desta quinta-feira, 20 de agosto, em mais uma festa da democracia. O trajeto entre a Praça Clóvis Beviláqua (também conhecida como Praça da Bandeira) e a Praça do Ferreira foi colorido de vermelho e misturado às cores da bandeira brasileira durante toda a tarde. Na capital cearense, o “Ato Nacional: tomar as ruas por Direitos, Liberdade e Democracia!” reuniu 20 mil pessoas. “Não vai ter golpe!” ecoou por todo o percurso.

“Estamos nas ruas como sempre estivemos. Estamos nas ruas para dialogar com a sociedade. Apoiamos a democracia e somos contra o Golpe”, anunciou o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), Wil Pereira, na chegada da manifestação à Praça do Ferreira. Organizado por diversos movimentos sociais e sindicais, entre eles a CUT-CE, além de partidos de esquerda, a atividade defendeu uma agenda de reformas à esquerda, que fuja da atual política econômica recessiva. Aliado a isso, reuniu ainda centenas de cidadãos que não participam de movimentos organizados, mas que também estavam indignados com a intolerância e a revolta seletiva das marchas realizadas no último dia 16.

A mobilização nacional foi em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia, contra a ofensiva da direita e por saídas populares para a crise. Segundo Wil Pereira, é preciso enfrentar a estrutura de desigualdades da sociedade brasileira com uma plataforma popular. Diante dos ataques, a saída foi pela mobilização nas ruas, defendendo o aprofundamento da democracia e as Reformas necessárias para o Brasil, a exemplo da Tributária, Urbana, Agrária e Educacional, além da Reforma democrática do sistema político. O objetivo é acabar com a corrupção e ampliar a participação popular.

Movimentos sociais e sindicais – unidade

“A gente está vivenciando um momento muito complexo da luta de classes no Brasil. Estamos diante de uma ofensiva imperialista e temos de lutar contra ela. A saída da crise para o Brasil não pode ser retirando direitos de trabalhadores”, disse à multidão o professor de História Paulo Henrique Lima, do Movimento Consulta Popular. Para o representante do Levante Popular da Juventude, Miguel Braz, o cerco político a que está submetido o País só vai ser resolvido com uma Constituinte popular e soberana pela Reforma Política.

“Não vamos aceitar qualquer retrocesso na democracia”, avisou Enedina Soares, que preside a Federação dos Trabalhadores(as) no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce). “Queremos que seja executado o projeto que foi vitorioso nas ruas”, acrescentou a dirigente. “O que precisa ser ajustada nesse país é a distribuição de renda”, afirmou Ticiana Studart, representando a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), fazendo referência ao ajuste fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O conservadorismo imposto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também foi alvo de severas críticas dos manifestantes. “Temos a obrigação de unir o Brasil para dizer ‘Fora, Cunha e sua pauta conservadora!’. O momento também exige nossa capacidade política para dizer ‘não’ ao Golpe”,  defendeu Marta Brandão, em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Quase no fim do ato na Praça do Ferreira, os manifestantes foram informados sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. A notícia foi comemorada.

(*) Confira mais fotos e notícias sobre o Ato Nacional de 20 de agosto na fanpage da CUT-CE

Fonte: CUT Ceará
Foto: Oliane Silva Pinto

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