Educadores de todo o Brasil se indignam com o assassinato por racismo de João Alberto Silveira Freitas

24/11/20 | Lutas no Brasil

O Brasil inteiro se estarreceu com o assassinato de João Alberto, homem negro de 40 anos, por seguranças de um supermercado da rede varejista Carrefour na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Não bastasse o trágico de esse fato ter ocorrido às vésperas do dia 20 de novembro, quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, a delegada responsável pelo inquérito policial que negou motivações racistas no caso conseguiu contrariar até mesmo os grandes executivos da rede varejista francesa. Mobilizado em torno da comoção mundial que o fato projetou, o maior executivo global do grupo veio a público se manifestar sobre a tragédia e anunciou mudanças na política de treinamento de seus funcionários.

Esse anúncio, é claro, deu-se logo após as campanhas de boicote à marca tomarem as redes sociais que, juntamente com as manifestações populares às portas de vários supermercados Carrefour ao redor do Brasil, criou uma enorme rejeição a uma prática corriqueira e recorrente do grupo. Desde 2007, ao menos, a rede Carrefour sofre processos judiciais por todo o país sobre eventos de violência, racismo e homofobia em suas unidades, com casos até de sodomia, execução, violência infantil e violência contra animais. Isso tudo, é importante deixar claro, sob a o olhar condescendente da gestão corporativa do grupo francês, que também controla no Brasil a rede varejista Atacadão.

Em consonância com as práticas mundiais de ativismo do consumo consciente, professores/as e funcionários/as da educação de todo o Brasil se somam a essa iniciativa e exigem a imediata reparação à família da vítima, bem como a mudança radical da política corporativa do grupo Carrefour. Em repúdio ao racismo estrutural que também permeia nossas organizações empresariais, não seremos cúmplices de mais esse crime que, ao que tudo indica, parece não ter incomodado a gestão do grupo francês no Brasil até então!

Brasília, 23 de novembro de 2020

Direção Executiva da CNTE

FONTE: CNTE
FOTO: REPRODUÇÃO

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