CNTE discute formação de funcionários da educação básica no CNE

02/05/16 | Lutas no Brasil

Debater o projeto de resolução que define as diretrizes curriculares nacionais, para a formação inicial, em nível superior, e para a formação continuada para funcionários da educação básica. Esse foi o objetivo da audiência pública, que ocorreu nesta quinta-feira (28), no Conselho Nacional de Educação (CNE).

A diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participou da audiência e pôde dar sua contribuição no debate.

De acordo com o Coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE) e Secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, a formação da cidadania começa no portão da escola. “Um porteiro qualificado, concursado, do quadro efetivo da secretaria de educação é uma pessoa fundamental no processo de formação dos nossos estudantes jovens e adultos, e por isso a profissionalização desse funcionário é tão importante”, disse.

“Além disso, as diretrizes são um marco importante para o enfrentamento de contradições que vivemos dentro do espaço da escola, enquanto temos funcionários da educação com pós-graduação possuímos funcionários analfabetos, pessoas indicadas que não fizeram concurso, público e que não sabem ler nem escrever”, afirmou.

Pela proposta, os profissionais da educação básica, que compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, da rede pública de ensino, poderão optar por quatro cursos tecnológicos específicos, Secretaria Escolar, Alimentação Escolar, Infraestrutura Escolar e Multimeios Didáticos. Cada curso terá 2.800 horas de efetivo trabalho acadêmico e duração de no mínimo três anos.

Para Secretário de Funcionários da CNTE, Edmilson Camargos, a resolução é de fundamental importância, “pois como já temos muitos profissionais formados na etapa inicial precisamos também da formação de nível superior, para contemplar alguns planos de carreira nos estados”, ressaltou.

De acordo com o relator da comissão da câmara de educação superior de formação de funcionários da educação básica, do CNE, Luiz Dourado, já existe um curso superior de Tecnologia em Processos Escolares, oferecido pelo Instituto Federal do Acre (IFAC), mas apesar de está em funcionamento desde 2010 é um curso experimental, que foi regulamentado, mas não constituído, por isso a necessidade das diretrizes para garantir uma dinâmica formativa, para diferentes instituições em todo o país.

“Esse é um requerimento do próprio movimento. A CNTE tem um papel importante nessa questão, até porque já vem debatendo o assunto. Ela própria é uma resultante da articulação entre os dois segmentos, docentes e funcionários”, concluiu.

A resolução será apreciada pela comissão da câmara de educação superior de formação de funcionários da educação básica, do CNE, com as sugestões feitas hoje na audiência, e se aprovada, será encaminhada ao Ministério da Educação para homologação, só então as diretrizes terão validade nacional.

Fonte: CNTE

Foto: Reprodução

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