A importância dos artistas na luta pela democracia

27/05/16 | Lutas no Brasil

A arte vai triunfar sempre, onde quer que ela esteja, onde quer seja construída, visualizada ou apresentada. Ela é a expressão legítima de uma nação, do nosso povo que tem todas as etnias numa só, a nação Brasil, composta pelos nossos ancestrais, os índios, negros e portugueses em razão da nossa colonização.

A arte não tem fronteira, não pode ter nenhuma amarra ou censura. As diversas modalidades de arte: música, teatro, cinema, dança, pintura, escultura e arquitetura, são arte e expressão viva da diversidade do nosso povo, que pode ser conceitual, erudita ou popular. É arte e como tal, tem ser preservada porque tem a nossa marca, identidade do nosso povo.

A nossa nação travou uma luta intransigente pela Democracia, uma jovem Democracia, construída com o suor e sangue de homens, mulheres e até inocentes crianças que lutaram e muitos tombaram em 21 anos de ditadura militar.  A nossa nação foi mergulhada nos anos de chumbo, anos da mais sombria tortura e violação dos direitos humanos. Sofremos e até hoje existem as marcas da perversidade.  Os nossos artistas e intelectuais lá estavam, foram censurados, torturados e muitos outros exilados, mas deixaram sua marca. Artistas estão sempre à frente do nosso tempo, com olhar que vê mais adiante, construíram trincheiras e difundiram, mesmo em plena ditadura, a arte que resiste ao tempo e à tortura.

Na atual conjuntura política e social, os artistas e intelectuais, são, novamente, protagonistas da nossa história. Sem medo de lutar, sem medo de defender a Democracia, saíram às ruas e com a arte nos olhos discursaram, cantaram, encenaram, desenharam, protestaram de forma lúdica e poética, deram a visibilidade necessária a nossa luta, a sua luta, a luta da nação Brasil pela Democracia.

Artistas consagrados e intelectuais que viveram a ditadura de 64, Chico Buarque, Bete Mendes, José Celso Martinez Correa, Fernando Morais, Caetano Veloso, estes voltaram ao palco de luta para defenderem a nossa jovem democracia. Devemos ressaltar que artistas que não viveram a ditadura também vestiram a camisa e foram à luta como a nossa querida Letícia Sabatella, que teve coragem de dizer à Presidenta Dilma que não a apoiou nas eleições, mas, estava ali para defender a Democracia e aqueles que queriam o seu impeachment não era pelos seus erros e sim, pelos seus acertos. Como uma militante nata, essa mulher gigante que tem a arte na fala, nos olhos e gestos, não se contentou apenas com essa e outras intervenções e foi além, foi ao Papa Francisco pedir pelo Brasil. Além dela, outros: Osmar Prado, Tico Santa Cruz, Cristina Pereira, Tássia Camargo, Beth Carvalho, Gilberto Miranda, Silvia Buarque, Carla Marins, Gregório Duvivier, José de Abreu, Elisa Lucinda, dentre outros, têm lutado bravamente com os demais integrantes dos movimentos social e sindical, todos irmanados pelo Estado de direito.

A luta dos artistas pela manutenção do Ministério da Cultura é exemplo verdadeiro de força e de resistência, tanto é que o governo ilegítimo teve de voltar atrás quanto o fim do Ministério. Essa foi uma vitória no meio da guerra do capitalismo contra a classe trabalhadora. Precisamos todos beber na fonte desta resistência, nos imbuir dela. Precisamos avançar e vencer com os artistas.

Os artistas foram xingados de vagabundos, foram ameaçados pelas redes sociais, suas páginas foram rackeadas, foram, de alguma forma, censurados, mas não se calaram e não  se calarão, porque nenhum político, porque ninguém pode calar a arte que pulsa, que brada e que é a fonte da nossa existência.

A importância desses artistas para a Democracia é a importância da arte para a libertação, é a importância da água para quem tem sede. Com eles a nossa luta torna-se gigante, revolucionária e transformadora.

Viva os artistas de luta!

Viva a nossa arte!

Bravo! Bravíssimo!

8dcbec0d298ad2caa26df3015a9dca43center Escrito por: Virgínia Berriel – Executiva Nacional da CUT

Fonte: CUT Brasil

Assuntos relacionados